quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Só a mim...

"your room is number two. enjoy your stay"

Entrámos na porta do lado, subimos as escadas e a medo abrimos a porta, 8 camas, 4 beliches... "oh não quarto ocupado... ainda por cima desarrumado"
Era muito sorte, na noite anterior tinhamos um quarto de 10 só pra nós...
Cerveja e papeis na mesa, sento-me a medo e olho para uma folha amarela escrita em alemão. "Olha Inês são alemães e amanha vão para Budapeste... menos mal"
"Carla, nós também temos essa folha e em alemão também, eu não ia por aí"
"Mas eu descubro de onde é que eles são, olha ali uma pasta... NNNNÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOO, caracteres chineses é que não, eu não fico aqui, eu não gosto deles, não..."

Nada como um bom passeio... fim do dia todas queriam voltar ao quarto mas eu achava que ainda tinhamos muita coisa para ver. Aquele sitio eram so pessoas com "olhos assim" que coisa... Vão para a vossa terra.

"trxxxxx" Abri a porta pronunciei um "hi" animado e meti-me na cama (eu e o canivete).
"hi. Where are u from?Portugal?? Cool"
(Graças a Deus não sabem onde fica...)
"we from Corea" (num ingles pior que o meu, é da maneira que nem falamos)

"Menos mal não são chineses, mas se ressonam mato-os!!!"

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Eu gosto é disto

Todas cidades lindas, cada uma com coisas novas para ver; línguas diferentes, culturas diferentes, ambientes diferentes, clima diferente…


Berlim deixou-nos a marca da contemporaneidade na arquitectura, da civilização das pessoas, das noites cobertas de luz e da simpatia (que eu pensava não existir) dos alemães.

Weimar mostrou-se pequeno e pacato, limpo e com cheiro a natureza, com espírito erasmus forte. Fiquei a saber as reais condições de uma escola Bauhaus. Provámos a verdadeira salsicha alemã, comemos sushi e fomos à festa Moulin Rouge,


Praga o passeio à beira rio e a passagem da ponte Charles tornou-se um martírio, o frio era tanto que mal, desde as pontes, a praça do relógio, o castelo e o dancing building vimos tudo, numa cidade onde história antiga e contemporaneidade se misturam. Provámos uma série de cerveja diferente e não conseguimos não gostar de nenhuma.


Viena, o calor tardava em chegar, a monumentalidade dos edifícios deixavam-nos coladas, aqui os mapas eram fracos e andámos um bocadinho as voltas, os rios congelavam, as ruas tinham pouca gente mas tudo por onde passávamos tinha valor.


Budapeste ao principio assustou-me, além de perceber menos que alemão, estava tudo degradado e mal tratado, fomos acolhidas num prédio património da UNESCO a cair de podre, onde centenas de judeus tinham sido encurralados e mortos, mas para viver em Budapeste temo-nos que nos afastar um bocadinho da historia. Cada edifício caído conta uma história, cada praça, cada jardim, cada bocadinho de pé tem um bocadinho de destruição…
A viagem de regresso foi calma e com chocolate em promoção… mal chegámos a Turim pagámos 10euros pelo táxi… welcome to italy babe!!!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ir...

Eram dez dias, eram climas frios, eram mochilas pequenas, eram saco-cama e toalhas, eram uma mala de mão uma mala de porão…ok vamos ter k utilizar sempre a mesma roupa.
Não costumamos fazer viagens sem ter tudo organizado, mas normalmente são as que correm
melhor. Casas para dormir? Logo se vê; Sítios para visitar? Logo se vê; Viagem de regresso? Mete aí Budapeste… logo se vê.
Certezas: Milão – Frankfurt e Budapeste – Milão;
Duvidas: Como é que se diz por favor em alemão? E em austríaco? E em Húngaro?


Primeiro objectivo chegar a Berlim

Para não variar o voo ryainar é de manhã cedo e a noite anterior tem que ser passada no aeroporto e não é para dormir, o barracão está sempre cheio de gente a tentar dormir, mas há coisinhas bem mais interessantes para se fazer.
Frankfurt, alemão ok… estação principal em várias línguas :)
Apaixonada por Berlim, mas cheguei a estação toda em vidro parecia que tinha entrado noutro mundo, no autocarro ninguém falava inglês mas aventura que é aventura tem que dar nas vistas, o condutor só ria e nós, sentadas no banco de trás mais os nossos pertences víamos as paragens a passar, uma e outra e nada… Até que uma das vezes o autocarro parou toda gente saiu e o motorista não andava… Afinal percebeu, era a nossa paragem e só nós é que ainda não tínhamos percebido.
A casa do David ficava num terceiro andar puxado e sem elevador, mas era um apartamento porreiro, “catrefada” de chão para nós e para os nossos pertences. Jantar fora para não incomodar, nós e a turma portuguesa de Lisboa, Alemanha restaurante mexicano, parece-me bem, até porque na minha terra pago fortunas e aqui é bem baratinho. Cansadas e prontos para ir para casa recebemos uma mensagem: “Festão, morada tal e coiso”. Guess list, não se pagava nem para entrar nem para beber, house music… estava no paraíso, o nosso dia tinha começado as 10 da manha do dia 9 e já eram 6 da manha do dia 11 quando contentemente regressávamos a casa.
Dormimos que nem pedra, acordamos cedo e cansadas mas com vontade, porque Berlim mostrava-se nervoso para se mostrar e que mostra… Berlim é lindo e a minha escrita não o é capaz de descrever…


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A minha cidade vista de cima


Como o meu amigo Corbusier disse “A superga é um das melhores localizações deste mundo”
O “comboiozinho” dificilmente sobe a colina cheia de neve, mas o calor lá em cima faz-se sentir como se estivéssemos pertinho do sol. A vista deixa-nos colados à minha cidade, Turim: a minha cidade é linda.
Quando o avião com uma das melhores equipas italianas da época embateu neste local foi a tristeza total, jogadores e dirigentes são agora homenageados na “melhor localização do mundo”.

Requinte ao meu Carnaval


Estar a 5 horas de Veneza e não ir lá no Carnaval é pecado, é o mesmo que ir ao Vaticano num domingo e não ver o Papa (esse eu já cometi, não posso cometer mais nenhum).
Guerra das laranjas terminada, regresso a casa, banho e carregamento de baterias o comboio eras as 22 e não tínhamos muito tempo.
Estudante que é estudante não tem dinheiro e quem pode ir a Veneza por €21 e parar em todo o lado, não paga €30 para ir directo. E assim foi, às 7 da manha chegávamos a Veneza, mas antes tínhamos duas horas em Verona, numa estação fechada. Bem… visto serem 2 da manhã e não existir nada aberto o melhor é mesmo juntarmo-nos aos “sem-abrigo” e dormirmos um bocadinho aqui, já que o dia amanha vai ser longo. E assim foi… Sabiam que os bêbados roncam mais que as pessoas normais? Oh oh! roncava e não era pouco. Uns rapazitos simpático (ou não, mas isso já explico) ofereceram-nos um pão pás 3, sim e não digam que não se deve aceitar coisas de estranhos porque eles estavam ali como nós e a comer do mesmo saco, por isso não era de certeza nada de mal, até porque ninguém viaja de noite para poupar e depois desperdiça sandes envenenadas a pensar que 3 raparigas vão ter fome. Muito simpáticos até de manha me terem acordado a cantar Ópera… a sorte é que eu quando acordo não falo italiano e assim não perceberam nada do que eu disse (mas devem ter notado pelo tom ameaçador).
Veneza estava bem melhor do que na semana anterior, estava menos frio e as pessoas estavam vestidas a rigor… as mascaras são lindas, os caminhos ganham vida, o emaranhado de pessoas deixava-nos confortável e até a comida sabia melhor.
Melhores carnavais de sempre... Agora só falta o Rio

Carnaval cocó vitaminado


Se o nome em si já não é sugestivo daqui para a frente só tende em piorar.
Ninguém no seu perfeito juízo sai da cama de manhã cedo, numa fabulosa manhã gélida de Inverno em Turim, para uma guerra, muito menos uma guerra de laranjas numa terra onde consegue fazer mais frio que em Turim…
Nós erasmus não temos mesmo o perfeito juízo e fomos…
9h25 da manhã, estação da Porta Nuova com destino a Ivrea, “Battaglia delle arance”. A história de Ivrea é simples, era um tirano que queria conquistar a cidade defendida pelo povo. Assim a batalha das laranjas era formada por 45 carros (este ano) puxados por dois cavalos com 10 pessoas cada, devidamente equipadas para a guerra e munidas de laranjas, contra milhares de “povo” espalhados por outros tantos bairros com mais laranjas ainda. Ganha quem melhor defender (mas essa parte é discutível, porque no meio de tanta laranja nem sei bem como se sabe quem ganha).
Os carros vão andando pelos bairros e quando param começa a guerra, as pessoas “normais” tentam esconder-se das laranjas por detrás de umas redes estrategicamente colocadas para proteger casas e habitantes, já que o objectivo da guerra é diversão e não destruir a cidade toda.
Assim se passa um belo dia… à guerra com laranjas. Nenhum de nós se magoou apesar de uma das vezes que percorríamos o campo de batalha (no intervalo, lá está) tudo ter começado e nós termos ficado lá mesmo no meio, escondidas entre dois gigantes, que se levassem com laranjas nem sentiam.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Nós assumimos!!


Pior de que homens na cozinha samos nós na cozinha... Mas o que é certo é k a gente sobrevive!!