Quando vim para Itália pensei logo em ir ali e depois ali e visitar isto e visitar aquilo... Mas o tempo foi passando; as aulas iam sendo importantes, as visitas ocupavam-nos nos fds e agora, quando está perto do fim, vejo que ficou muita coisa por ver e estando em época de exames não é facil sair. Mas ao mónaco eu tinha que ir... por favor!!
Os exames não estavam a ser faceis, fisica lá ia eu outra vez e lá vou ter que ir outra vez; restauro nunca vi homem mais esquecido, depois de ter perdido uma manhã, porque aqui os erasmus ficam sempre para ultimo, o professor pediu o nosso trbalho de grupo e um trabalho de grupo de duas pessoas têm que ser dois trabalhos de grupo... na minha terra não é assim “ci vediamo nel prossimo giorno 4 con un’altra ricerca”
Estava cansada e farta de gente parva e de ficar aqui sem fazer nada e disse que queria ir ao mónaco e assim fomos.
Eram 4 da tarde quando decidimos ir e o ultimo comboio tinha sido as 14, já para não falar que não havia dormidas para ninguem, isso era o menos o que não falta aí é praia para dormir (achava eu...).
Jantámos e à meia noite preparámos tudo, tinhamos comboio as 5h mas já nao iamos dormir, sexta dá lugar à murazzi e lá fomos nós. Chegavamos por volta das 9h a Menton mas tinhamos que trocar quatro vezes, a viagem não iria ser uma “noite tranquila”.
Na costa francesa, perto da fronteira já aparecia sol, mar, água transparente, pessoas bem dispostas e PRAIA :) os pés cambaleavam nas pedras, chegar até à beira mar era um feito mas a água estava quente e as pessoas riam umas para as outras.
Em Nice não mudou quase nada, apesar de ouvir mais frances que outra coisa, a cidade transbordava felicidade, não havia espaço para mais niguém, parecia que estavam a oferecer rebuçados. Percorremos a moderna arquitecura da cidade; passeámos por praças vigiadas por escribas às cores; jantámos a horas tardias num restaurante com musica ao vivo; vivemos a noite de lua cheia viradas para o mar; dividimos o quarto com americanos, que não percebiam o que é que nós portugueses faziamos naquelas praias “woohhhhh Portugal? What you doing here?”; americanos que contrastavam com o senhor que cantou para nós “je t’aime... i love you” e depois se virou e perguntou “italiane?Francese?Inglese?” “no, from portugal” e ele contente respondeu “ oh?! Je t’aime.. i love you”
Monaco estava perto, e realmente as minhas ideias de luxo e “mundo à parte” confirmaram-se. Começamos por sair numa estação toda forrada em mármore e brisolei de madeira com verdadeiros acabamentos luxuosos, encastrada numa rocha reflectia bem a arquitectura do vidro e da água. As bagagens não se deixavam lá, era no hotel “Miramar” o que me deixou confusa, já que o jeitoso que nos ajudou no posto de turismo so falava frances, que é um factor importante no seu trabalho, não se pode ter tudo, trabalhar numa estação daquelas, viver no Mónaco e ser jeitoso... não podia ser também poliglota. Sem malas, partimos a aventura num cenário de luxo, calor e gente bonita. As ruas eram as mais limpas que vi, os barcos os mais grandiosos, os cafés mais acolhedores os jardins mais arranjados mas a praia era de pedrinhas, mesmo assim tudo o que a rodeava era engraçado. Quando olhei para o Mónaco olhei em frente, esquecendo a brutalidade de arquitectura que lá se faz, hoteis gigantescos metem medo à natureza fazem-lhe sombra e não a deixam respirar.
O fds passou rápido a noite chegava e a certeza de que iamos ficar por frança, já que não tinhamos visto os comboios de regresso, era quase certa. À noite dormi na estação ao lado de sem-abrigos mas duas horas antes tinha jantado no Mónaco com vista para o mar :)
Turim só deu por mim as 9h da manhã a minha semana de exames tinha começado