domingo, 29 de março de 2009

Tia eu? Naaa

A minha mãe costuma dizer que não existe melhor solução para a insónia do que cair à cama depois de um dia de cão… e assim foi! Patroa de mim mesma, meti uma semana de férias e convenci a mãe a meter também.
Para todos os que acham que sou tia por beber chá de dedo espetado; de ser tia por ter uma maneira característica de falar; de ser tia por não gostar de certas coisas e gostar de outras coisas certas; digo-vos já que só vou ser tia quando a mana tiver filhos.
Tia que é tia não calça galochas verde-garrafa tamanho 43 a combinar com calças bombazina tropa do século passado, t-shirt vermelha arranjada em qualquer promoção, camisola azul de lã e cabelo amarrado sem ser penteado. Pior do que o “modelito” eram os acessórios, pulseiras, brincos e colares deram lugar ao pente, gancho, coisinho que arranca e à tesourinha, que é o mesmo que dizer ancinho, foice, enxada e tesoura de poda. Fui cavar e durante três dias dormi que nem pedra, arranquei lagartas com as mãos (que são aquelas plantinhas horríveis que nascem em qualquer sitio), podei laranjeiras e deixei o quintal limpinho.
Cavar é a melhor terapia de sempre, mesmo que se chegue a casa e se tenha que tirar terra das unhas, picos das mãos e ervas do cabelo. Se alguém precisar tenho lá montes de terreno, de qualquer das maneiras depois de um banho volto a ser eu outra vez, só que agora sem olheiras.